Revisitando estilos como a black music, ragga, dub e influências de ritmos brasileiros, o artista esbanja a identidade artística que vem de casa, das ruas, do morro, das grandes cidades, do mundo
Foto: Bárbara Dutra
O suíngue consciente define o trabalho de um dos artistas mais promissores da nova geração da música nacional. Em seu primeiro disco solo, "Do Oiapoque a Nova York", Renegado reúne 13 canções nas quais mostra desenvoltura ao transitar livremente por vários estilos derrubando fronteiras e misturando o rap com ritmos brasileiros e latino-americanos. "Do Oiapoque a Nova York" traz a denúncia ao mesmo tempo em que coloca o ouvinte para dançar, atraindo a atenção tanto de quem procura por letras inteligentes como de quem quer se divertir na pista de dança.
A produção do disco é assinada por Daniel Ganjaman, um dos maiores produtores da atualidade, que além de integrar o respeitado coletivo paulistano Instituto, também já assinou a produção de trabalhos de Mombojó, Otto e Sabotage e trabalhou com Racionais MC´s e Planet Hemp, entre outros. Para ele, "Do Oiapoque a Nova York" é um disco diferenciado dentro da cena hip hop brasileira, tanto pela diversidade sonora quanto pelo teor das letras, conseguindo um meio termo entre a temática do rap feito na periferia e a poesia e o verso da música popular brasileira.
Coisa rara dentro do mundo do hip hop, Renegado também é instrumentista e utiliza o violão em meio às batidas eletrônicas do raggamuffin e do próprio rap, fazendo com que o disco adquira uma musicalidade rica e diversificada, indo além do que é feito no rap tradicional. Além disso, as participações de convidados contribuem para a sensação de ausência de fronteiras musicais dentro do disco. Do hip hop paulista vieram Funk Buia (Záfrica Brasil) e Max B.O; da MPB mineira, Aline Calixto e Júlia Ribas; e da música latino-americana os cubanos Alayo, que veio ao Brasil especialmente para gravar o disco, e Cubanito, que reside em BH. O disco conta ainda com a delicadeza das Meninas de Sinhá, preciosidades musicais vencedoras do Prêmio TIM 2008, vindas da comunidade do Alto Vera Cruz, a mesma onde vive Renegado.
"Do Oiapoque a Nova York" é o primeiro disco do selo A Rebeldia, criado pelo próprio artista. Com tiragem inicial de 4 mil cópias, sendo metade vendida a preço popular (R$5) nas periferias das principais capitais do país, o álbum também está disponível para audição em seu site oficial, www.arebeldia.com.br, estando acessível a todas as classes sociais, sem distinção.
Dois vídeo-clipes vem em seguida ao lançamento do álbum: "Conexão Alto Vera Cruz / Havana", dirigido por Denis Leroy, que também assina a arte gráfica e o site do artista; e “Santo Errado”, dirigido por Erich Baptista.
Sobre o Natura Musical
O Natura Musical tem por missão estimular e difundir a música raiz-antena. A música que resulta do encontro de elementos tipicamente brasileiros com conceitos, idéias e sonoridades universais. A música que tem raízes na nossa terra ao mesmo tempo em que olha para o mundo.
Desde o lançamento do Natura Musical, em 2005, foram contemplados 104 projetos de diversos gêneros artísticos e estágios de produção musical, atingindo 17 Estados brasileiros de todas as regiões do país e mais de 200 mil pessoas de diferentes idades e classes sociais.
Sobre a Natura
Criada em 1969 a partir de um laboratório e uma pequena loja em São Paulo, a Natura é a maior fabricante brasileira de cosméticos e produtos de higiene e beleza e líder no setor de venda direta. Com mais de 5.900 colaboradores, a empresa registrou receita bruta de R$ 4,3 bilhões no ano de 2007, um crescimento de 10,6% em relação ao ano anterior. A Natura está presente no Brasil, Argentina, Peru, Chile, México, Venezuela, Colômbia, Bolívia e França – onde mantém uma loja e um centro-satélite de pesquisa e tecnologia. Sua força de vendas é formada por 719 mil consultores, sendo 632 mil no Brasil e 86 mil no exterior.
Sobre Renegado
Nascido e criado na comunidade Alto Vera Cruz, na cidade de Belo Horizonte, o músico autodidata começou a cantar em 1995, aos 13 anos, ao mesmo tempo em que deu início à sua atuação em movimentos sociais. Em 1997, foi um dos fundadores do grupo de rap NUC (Negros da Unidade Consciente), com o qual se apresentou por todo o Brasil e em países como Cuba, Venezuela e Quênia. Posteriormente, o NUC tornou-se uma ONG, presidida por Renegado, que desenvolve trabalhos sócio-culturais junto a jovens de comunidades carentes com o foco principal nos jovens do Alto Vera Cruz.
A partir de 2006, após o convite da produtora artística Danusa Carvalho para fazer uma apresentação, Renegado passou a se dedicar também à carreira solo. Desde então vem acumulando uma bagagem de shows e participações em apresentações de artistas como o guitarrista Toninho Horta, além de estrear no cinema como protagonista do filme “Ponto Org”, da diretora Patrícia Moran. No longa, Renegado contracena com nomes importantes do cinema nacional como Paulo César Pereio e conta com o apoio do ator e diretor do grupo Galpão Rodolfo Vaz, vencedor do prêmio Shell 2008 de melhor ator.
Em sua carreira solo, Renegado investe na incorporação de outras referências musicais como ragga, música cubana e samba, além de outras influências da cultura típica brasileira e de tradições regionais, sem, no entanto, abandonar características do tradicional rap norte-americano e a temática social do rap brasileiro.
Do Oiapoque a Nova York – faixa a faixa
Faixa 01 – Do Oiapoque a Nova York – Uma apresentação autêntica do rapper "cria 100% da favela", que não perde a fé e não se vende por euro ou dólar. Hip hop com tempero afro-brasileiro e uma dose de samba.
Faixa 02 – Renegado – A parceria com Daniel Ganjaman não deixa dúvidas quanto a missão do talento que vem do morro. Dançante e com uma pegada certeira, avisa: "Aprendi que na vida não se marca bobeira. Senão vem alguém e me puxa a rasteira".
Faixa 03 – Meu Canto – Uma samba otimista, que celebra a alegria de viver. No ponto alto, a participação afinada da cantora Aline Calixto. A batida hip hop é inventiva.
Faixa 04 – A Coisa é Séria – Fazendo a linha raggamuffin, Renegado faz uma viagem sonora com escala na Jamaica.
Faixa 05 – Mil Grau – Se a melodia lembra os bailes blacks dos anos 70, a letra atual mostra como a rima tem o poder de transformar a realidade. Julia Ribas participa da festa e da canção.
Faixa 06 – Por amor – Outra parceria com Ganjaman. Uma crônica assinada por quem vive a luta diária nas periferias das grandes cidades e luta pela paz.
Faixa 07 – Sei quem tá comigo – Uma dobradinha de Renegado e Funk Buia. Tem uma levada dub e raggamuffin, questionando quem é amigo de verdade,porque “ us guerreiro fica e us comédia sai'.
Faixa 08 – Benção – Renegado agradece à mãe, dona Regina, pelas lições de vida, sustento e amor incondicional, entre os vocais de Patrícia Lima e a melodia da guitarra de Marcelo Munari.
Faixa 09 – Conexão Alto Vera Cruz/Havana – Fazendo um cântico para Oxossi, Renegado divide a composição com Gil Amâncio, mostrando o fervilhante encontro da arte da comunidade do Alto Vera Cruz com os repartos de Havana. Destaque para as presenças dos cubanos Alayo e Cubanito nos vocais.
Faixa 10 – Rebelde Soul – Como o título sugere, a faixa é das mais dançantes do disco, assinada por Renegado e Max B.O, faz uma contundente crítica social sem deixar ninguém ficar parado.
Faixa 11 – Santo Errado – O domínio da rima encontra o dub na faixa que manda para fora do morro os falsos malandros.
Faixa 12 – Rola o Beat – Com uma batida funkeada para invadir as pistas, o rapper narra a sensação da expectativa de sábado, pré-balada, quando os problemas são deixados de lado.
Faixa 13 – Vera – Declaração de amor de Renegado ao Alto Vera Cruz com a elegante participação das Meninas de Sinhá para encerrar com alto astral o disco.
RENEGADO
"DO OIAPOQUE A NOVA YORK"
Produção musical: Daniel Ganjaman
exceto as faixas: "Mil Grau" produzido por Renegado, Felipe Fantoni e DanielGanjaman
"A coisa é séria" Produzido por Alexandre Basa e Daniel Ganjaman
Pré-produção musical: Renegado e Gil Amancio
Produção artística e executiva: Danusa Carvalho
Projeto gráfico: Leroy Studios
Direção de arte: Denis Leroy
Fotografia: Leonardo Cesário
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