“Fronteira”, filme inédito do diretor mineiro Rafael Conde narra uma história de amor e mistério em um velho sobrado onde vive
a jovem Maria, cuja fama de santidade ultrapassa as montanhas do interior de Minas Gerais. A chegada de dois novos personagens terá efeitos perturbadores sobre Maria Santa: um viajante, com quem viverá uma intensa paixão, e Tia Emiliana, velha senhora empenhada em preparar o grande milagre.
Adaptação do primeiro romance de Cornélio Penna, o cultuado autor de “A Menina Morta”, “Fronteira” se passa por volta de 1900. Sua trama em tom introspectivo trafega na tênue linha que separa normalidade e loucura, imaginação e realidade, paixão e fé. Como pano de fundo de uma paixão interditada, narrada com a lógica descontínua dos sonhos, surge a paisagem moral da província marcada pelo fim de um ciclo de prosperidade e a transição para o século XX.
Cornélio Penna: Entre a Linguagem e o Silêncio
Por Wander Melo Miranda*
Cornélio Penna nasceu em Petrópolis em 1896 e morreu no Rio de Janeiro em 1958. Um dos mais importantes romancistas brasileiros, publicou Fronteira (1935), Dois romances de Nico Horta (1939), Repouso (1949) e A menina morta (1954), sua obra prima. Por meio de uma dicção muito especial, raras vezes alcançada entre nós, em seus livros a sondagem intimista das personagens une-se ao desvelamento das estruturas de dominação que, desde o período escravocrata, vêm traçando os caminhos tortuosos da nossa formação nacional. Como salientou um de seus críticos, a imagem do círculo talvez seja a melhor forma de sintetizar a obra do ficcionista excepcional: amor e morte, erotismo recalcado, religiosidade perversa, mundo em ruínas, impossibilidade de comunicação e interação social e intersubjetiva. Tudo isso como um fantasma que não cessa de nos assombrar e diz muito — na fronteira entre a linguagem e o silêncio — da nossa situação aqui e agora.
*É professor de teoria da literatura na Universidade Federal de Minas Gerais
Mais dados sobre Cornélio Penna, ensaios e suas ilustrações podem ser acessados no site:
www.educacaopublica.rj.gov.br/cultura/especiais/corneliopenna/0014a.html
O blog de realização e material de pesquisa do filme:
http://www.fronteiraofilme.blogspot.com/
a jovem Maria, cuja fama de santidade ultrapassa as montanhas do interior de Minas Gerais. A chegada de dois novos personagens terá efeitos perturbadores sobre Maria Santa: um viajante, com quem viverá uma intensa paixão, e Tia Emiliana, velha senhora empenhada em preparar o grande milagre.
Adaptação do primeiro romance de Cornélio Penna, o cultuado autor de “A Menina Morta”, “Fronteira” se passa por volta de 1900. Sua trama em tom introspectivo trafega na tênue linha que separa normalidade e loucura, imaginação e realidade, paixão e fé. Como pano de fundo de uma paixão interditada, narrada com a lógica descontínua dos sonhos, surge a paisagem moral da província marcada pelo fim de um ciclo de prosperidade e a transição para o século XX.
Cornélio Penna: Entre a Linguagem e o Silêncio
Por Wander Melo Miranda*
Cornélio Penna nasceu em Petrópolis em 1896 e morreu no Rio de Janeiro em 1958. Um dos mais importantes romancistas brasileiros, publicou Fronteira (1935), Dois romances de Nico Horta (1939), Repouso (1949) e A menina morta (1954), sua obra prima. Por meio de uma dicção muito especial, raras vezes alcançada entre nós, em seus livros a sondagem intimista das personagens une-se ao desvelamento das estruturas de dominação que, desde o período escravocrata, vêm traçando os caminhos tortuosos da nossa formação nacional. Como salientou um de seus críticos, a imagem do círculo talvez seja a melhor forma de sintetizar a obra do ficcionista excepcional: amor e morte, erotismo recalcado, religiosidade perversa, mundo em ruínas, impossibilidade de comunicação e interação social e intersubjetiva. Tudo isso como um fantasma que não cessa de nos assombrar e diz muito — na fronteira entre a linguagem e o silêncio — da nossa situação aqui e agora.
*É professor de teoria da literatura na Universidade Federal de Minas Gerais
Mais dados sobre Cornélio Penna, ensaios e suas ilustrações podem ser acessados no site:
www.educacaopublica.rj.gov.br/cultura/especiais/corneliopenna/0014a.html
O blog de realização e material de pesquisa do filme:
http://www.fronteiraofilme.blogspot.com/
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