quinta-feira, 23 de abril de 2009

CONCERTO ALLEGRO IV CELEBRA MENDELSSOHN E CHOPIN

Bicentenário de Mendelssohn e homenagem a Chopin são temas da próxima apresentação da Filarmônica

No quarto concerto da série Allegro, a Orquestra Filarmônica de Minas Gerais celebra os 200 anos de nascimento de Felix Mendelssohn e faz uma homenagem a Fredéric Chopin, tocando o primeiro dos seus dois concertos para piano. Camargo Guarnieri, nome dos mais representativos da música sinfônica brasileira mundo afora, abre o programa. O convidado da noite é o pianista Ricardo Castro, que voltará aos palcos do Palácio das Artes em maio, executando o segundo concerto para piano de Chopin. O concerto Allegro IV acontece no dia 30 de abril, às 20h30, no Grande Teatro do Palácio das Artes, sob a regência do maestro Fabio Mechetti.

Trata-se do primeiro concerto da série de dois que a Filarmônica promove em homenagem a Chopin. O pianista Ricardo Castro participa de ambos – um em abril, outro em maio –, nos quais irá executar os dois concertos de piano de autoria do músico polaco.




O SOLISTA RICARDO CASTRO

O piano entra na vida do baiano Ricardo Castro já aos três anos de idade; aos cinco passa a ter aulas regulares. Seu primeiro recital acontece aos 8 anos de idade, Muda-se para a Europa e estuda no Conservatório Superior de Música de Genebra, tendo aulas com Maria Tipo em Genebra e Dominique Merlet em Paris. Foi o primeiro latino-americano a vencer o Concurso Internacional de Piano de Leeds. Radicado na Suíça, atuou como solista da BBC Philharmonic de Londres, Orquestra da Suisse Romande, English Chamber Orchestra, Academy of St. Martin-in-the-Fields, Sinfônica de Birmingham, Filarmônica de Tóquio e Mozarteum de Salzburg. Tocou sob regência de Sir Simon Rattle, Yakov Kreizberg, Alexander Lazarev, John Neschling, Kazimierz Kord e Michioshi Inoue. Atualmente leciona na Haute École de Musique (Suíça) e é Diretor Artístico da Orquestra Sinfônica da Bahia. Gravou pela BMG cinco CDs com obras de Chopin e outros dedicados a Mozart, De Falla e Liszt. Já se apresentou nas principais salas de concerto da Europa. Um lado de sua carreira aponta para o lado social: é professor de um exclusivo grupo de jovens pianistas profissionais na “Haute École de Musique” de Friburgo, Suíça e apoia o Projeto Axé em Salvador e o programa Conquista Criança em Vitória da Conquista, sua cidade natal. É considerado um dos maiores pianistas sul-americanos da nova geração e especialista na obra de Chopin.

MOZART CAMARGO GUARNIERI [1907-1993]

O pai italiano era barbeiro e tocava flauta; a mãe brasileira tocava piano: foi nesse contexto familiar que o pequeno Guarnieri começa a aprender a música. Começa a ter aulas de piano aos dez anos. Como sua família não tinha muitos recursos financeiros, teve que trabalhar em vários empregos, nunca perdendo a música de vista. Seu pai melhora um pouco de condição, o que dá ao músico possibilidade de reduzir sua jornada de trabalho: consegue, então, dedicar-se mais aos estudos musicistas e começa a estudar harmonia, contraponto, orquestração e composição com um maestro italiano. Em 1928 é apresentado a Mário de Andrade, seu futuro mestre intelectual; mais tarde acabam tornando-se amigos. O escritor modernista é um dos grandes responsáveis pela divulgação da obra de Camargo Guarnieri. Dez anos mais tarde, recebe bolsa de estudos do governo de São Paulo e vai estudar em Paris. Toda sua obra teve grande influência nacionalista vinda de Villa-Lobos, algo sempre defendido por ele: “Sou e quero ser um compositor nacional do meu país. Se cada ser humano tem uma responsabilidade sobre a terra, certamente a do músico será contribuir, na medida de sua capacidade, para o enriquecimento da música universal”.

Foi criador e diretor do Coral Paulistano, regente oficial da Orquestra Sinfônica Municipal; foi membro fundador da Academia Brasileira de Música, que presidiu, e ganhou numerosos e importantes prêmios: sete internacionais e três nacionais. Ao lado de Villa-Lobos, Guarnieri é o músico brasileiro mais interpretado no exterior. O prolífico músico compôs cerca de 700 obras, entre sinfonias, concertos para piano, sonatas, música de câmara e outras peças. Faleceu em 1993, logo após ganhar o prêmio Gabriela Mistral, o qual o condecorou com o título de maior compositor das Américas. A peça Prólogo e Fuga possui inesperadas mudanças cromáticas e ritmo sincopado.

FRÉDERIC CHOPIN [1810-1849]

Sem a figura tímida de Chopin, a história da música para piano certamente seria outra. O pianista e compositor polaco da era romântica é considerado um dos maiores pianistas de todos os tempos. Atuando na composição, seu trabalho é conhecido pelo refinamento na elaboração harmônica. Suas primeiras aulas de piano foram ministradas por sua irmã mais velha e por sua mãe. Conta-se que, antes mesmo de saber escrever, o pequeno garoto já tentara compor melodias. Aos oito anos, o pequeno Chopin aparece pela primeira vez em público como pianista. Começa a ter aulas profissionais com um professor do Conservatório de Varsóvia e dedica-se então ao estudo de teoria e composição musical. Com quinze anos já é considerado o maior pianista de Varsóvia. Aos 20 anos deixa a Polônia para sempre e faz carreira em Paris como intérprete, professor e compositor, o que lhe rendeu fama e dinheiro. Morre em Paris aos 39 anos, em estado de profunda melancolia e vítima de tuberculose. Sua música tem um caráter nacionalista: há forte presença de elementos do folclore polonês. O brilho de belas melodias e harmonias inovadoras também são traços marcantes da obra de Chopin.

De técnica refinada e elaboração harmônica invejável, Chopin compôs a peça Concerto para piano Nº 1 em mi menor em 1830. A obra dá ao piano posição suntuosa diante da orquestra. Foi apresentada pela primeira vez no mesmo ano em que foi elaborada, na cidade de Varsóvia, última apresentação do músico na cidade à qual nunca mais voltaria.

Chopin compôs também o Concerto Nº 2 para Piano em Fá menor, op. 21, que será executado pela Orquestra Filarmônica no dia 7 de maio, com solo de Ricardo Castro e sob regência do maestro Carlos Moreno.

JAKOB LUDWIG FELIX MENDELSSOHN-BARTHOLDY [1809-1847]

Compositor, músico, pintor, escritor, esportista: Felix Mendelssohn era um homem refinado e versátil. Filho de um banqueiro com grande riqueza, falava vários idiomas e passou sua infância num entorno de grande efervescência cultural. Seus pais influentes tinham em casa com frequência as principais mentes pensantes da Alemanha da época. Tinha expressivo talento musical e era considerado uma criança com capacidades muito acima da média. Mendelssohn começou a compor aos nove anos; aos treze já havia publicado sua primeira peça. Além de compositor, era também pianista e maestro, cuja atuação deu-se no início do período romântico. A peça Sinfonia nº 3 foi composta em 1842, tendo como inspiração uma viagem que o compositor fez à Escócia. Trata-se de uma obra notável pelo sombrio colorido nórdico; o músico dedicou-a à rainha Vitória.

Costumeiramente chamado de “segundo Mozart” por alguns iniciados da época, Mendelssohn foi responsável pela descoberta de partituras de Bach. Era entusiasta da obra do músico barroco e acabou organizando uma récita no ano de 1829 com tal objetivo. Em 2009 é lembrado o bicentenário de Mendelssohn, cuja morte deu-se em decorrência do agravamento de uma trombose cerebral, após a morte de sua irmã, fato que o deixou muito abatido, com apenas 38 anos de idade.

FABIO MECHETTI: O MAESTRO

Diretor musical e regente titular da Orquestra Filarmônica de Minas Gerais, o maestro Fabio Mechetti é nome aclamado e de prestígio internacional. Foi também regente titular da Orquestra Sinfônica de Syracuse e da Orquestra Sinfônica de Spokane, da qual é, agora, Regente Emérito, e regente associado de Mstislav Rostropovich na Orquestra Sinfônica Nacional de Washington, EUA. Constantemente convidado dos festivais de verão dos Estados Unidos, Fabio Mechetti já dirigiu concertos em diversos países, como México, Espanha, Venezuela, Japão, Escócia, Canadá, Nova Zelândia e outros. Natural de São Paulo, Mechetti também é regente titular e diretor artístico da Orquestra Sinfônica de Jacksonville desde 1999. Sua estreia em regência aconteceu no prestigiado Carnegie Hall, conduzindo a Orquestra Sinfônica de New Jersey. Igualmente aclamado como regente de ópera, fez sua estreia nos Estados Unidos dirigindo a Ópera de Washington. Fabio Mechetti recebeu títulos de Mestrado em Regência e em Composição pela admirada Juilliard School de Nova York.

Como regente assistente, Fabio Mechetti tem ao seu lado o maestro Fabio Costa, regente consagrado de sua geração.

A ORQUESTRA

Desde a sua criação, em fevereiro de 2008, a Orquestra Filarmônica de Minas Gerais apresenta excelência artística e vigorosa programação. Sob regência do maestro Fabio Mechetti – reconhecido pelo trabalho à frente de grandes orquestras dos EUA, Europa e Ásia – instrumentistas mineiros se juntaram a músicos de diversas partes do Brasil e do mundo para construir, em Minas, uma Orquestra que se pauta pelo rigor e excelência artísticos e por apresentar ao público as obras essenciais do repertório sinfônico, além de produções contemporâneas, com solistas de destaque no Brasil e no mundo.
Durante a Temporada 2009 serão realizados 53 concertos, divididos entre as séries Allegro e Vivace, Concertos Didáticos, Concertos para a Juventude, Clássicos no Parque, turnês no interior e fora do Estado. Neste ano, a Filarmônica já recebeu convidados de extremo gabarito no mundo musical, tais como o pianista norte-americano Terrence Wilson – que se apresentou pela primeira no Brasil –, o violoncelista Márcio Carneiro ao lado do regente convidado Ira Levin e a soprano Eliane Coelho, cantora lírica de reconhecimento mundial. O próximo concerto acontece no dia 30 de abril, às 20h30, no Grande Teatro do Palácio das Artes, com presença do pianista Ricardo Castro e regência do maestro Fabio Mechetti.

SERVIÇO:
Orquestra Filarmônica de Minas Gerais
Série Allegro IV
Regente: Fabio Mechetti
Data: 30 de abril, às 20h30
Local: Grande Teatro do Palácio das Artes
Ingressos:
Plateia I – R$40,00Plateia II – R$25,00Platéia superior – R$12,00Meia entrada para estudantes e maiores de 60 anos
Ingressos à venda na bilheteria do Palácio das Artes. Funcionamento de 2ª a sábado de 10 a 21 horas, domingo de 14 a 21 horas. Informações Palácio das Artes: (31) 3236-7400

Mais informações sobre a Orquestra Filarmônica: filarmonica.art.br

Nenhum comentário: