quarta-feira, 7 de outubro de 2009

EXPOSIÇÃO “MULHERES REAIS MODAS E MODOS NO RIO DE DOM JOÃO VI” CHEGA A BELO HORIZONTE

Em 09 de outubro de 2009 será inaugurada na Galeria Alberto da Veiga Guignard do Palácio das Artes a exposição Mulheres Reais Modas e Modos no Rio de Dom João VI, que integrou o calendário de comemorações do bicentenário da Chegada da Corte Portuguesa ao Brasil.

Sucesso de público e amplamente divulgada na mídia impressa e televisa, a exposição destacou-se por sua ousadia ao tratar de um período determinante para a história do país através de instrumentos inusuais.

De fato, Mulheres Reais – Modas e Modos no Rio de Dom João VI acrescenta uma leitura surpreendente sobre o período. Elegendo como recorte o mundo feminino e adotando o filtro das modas e dos modos, ela narra o encontro entre as duas realidades: a europeia representada pelas mulheres da realeza portuguesa – D. Maria I, Carlota Joaquina e D. Leopoldina – e a do mundo colonial, representada pelas mulheres brancas e escravas da realidade brasileira.

Uma vasta pesquisa histórica e iconográfica permitiu a construção de um acervo de 42 figurinos que suprem as lacunas de trajes que já não existem mais. Seis trajes e 12 acessórios vindos do Museu do Traje e da Moda, de Lisboa, e 15 joias de escravas pertencentes ao acervo do Museu Carlos Costa Pinto, de Salvador, integram o conteúdo museológico e representativo da exposição, ressaltando a nobreza e a dignidade de negras e brancas de dois séculos atrás, compondo, juntamente com os figurinos e recriações, um quadro que permite descobrir as mulheres reais através de lentes que transcendem o estereótipo e a anedota, e captam a riqueza das mulheres da época.

O evento levou à Casa França-Brasil um público de 46 mil pessoas em 40 dias. Dele fez parte uma ação educativa desenvolvida com as redes públicas de ensino municipal e estadual, que teve uma resposta surpreendente dos estudantes e professores.

Nessa exposição, a moda mostra-se como forte instrumento de relato que diz respeito à vida das pessoas de todas as faixas sociais e etárias e que o Museu é também o seu lugar.



:: Mulheres reais, realeza e realidade::

A exposição Mulheres Reais Modas e Modos no Rio de Dom João VI sintetiza em seu título os dois sentidos que a norteiam: realeza e realidade dos mundos femininos que, em 1808, se encontram e se influenciam.

As mulheres reais são, portanto, as rainhas da Casa de Bragança – Maria I, Carlota Joaquina e Leopoldina – e aquelas que ajudaram a construir hábitos e costumes da sociedade urbana carioca em formação no período joanino, tanto as mulheres de colonos protegidas por suas mantilhas, quanto as mulheres africanas escravizadas – despojadas e sensualmente vestidas, únicas a circularem livremente pelas ruas e praças do acanhado povoado colonial.

As mulheres da realeza e as mulheres da realidade são diferentes nas modas e nos modos, mas guardam nas suas histórias uma mesma identidade. Ricas ou pobres, escravas ou esposas de colonos, brancas ou negras, rainhas ou trabalhadoras, todas, sem exceção, tiveram que deixar seus territórios físicos e simbólicos e reconstruir no Brasil suas identidades, suas histórias, reinventando a cultura carioca e brasileira. Na exposição, a licença poética é o recurso empregado para a reconstrução das modas e dos modos dessas mulheres.



::Modas e modos em três módulos::

No módulo Mulheres da Realeza, as relações femininas com o poder são desveladas através de 10 figurinos de nossas três rainhas: D. Maria I, Carlota Joaquina e Leopoldina. Inspirados nos retratos oficiais, esses figurinos tecem a narrativa da passagem do Antigo Regime para o Império e permitem perceber os efeitos das mudanças políticas e econômicas na cultura e, consequentemente, nas transformações da moda: o aparato dos trajes monárquicos, fortemente marcados pelo barroco, dão lugar às linhas simplificadas do neoclássico.

Mas, além do que informam os retratos oficiais, as três rainhas são mulheres oriundas de universos existenciais distintos. Na exposição, um vestido ícone capta a contingência singular de cada um delas para revelar a Maria, que não foi apenas piedosa e louca, a Carlota, que está além da feiúra e da intriga, e a Leopoldina, que não se limitou ao papel de mulher-mártir.

No módulo Mulheres da Realidade, a exposição flagra a vida das colonas brancas reclusas no ambiente doméstico em contraste com a liberdade de ir e vir às ruas das negras escravizadas.

Em casa, as mulheres brancas vestiam-se com simplicidade completamente à vontade, cobrindo o corpo com um camisolão fresco, sem forma, que lhes proporcionava algum alívio no clima abrasador da cidade. Contudo, quando se tratava de sair à rua, tudo mudava literalmente de figura: o “à vontade” doméstico era então encoberto pela austeridade de uma pesada e escura mantilha, casulo ambulante sob o qual elas se deslocavam a caminho da igreja.

A rua era o território, por excelência, das negras, vestidas colorida e precariamente, com os poucos tecidos de que dispunham, amarrando-os à maneira africana, repetindo assim, um gesto ancestral.

Este quadro mudará substancialmente com a Chegada da Corte e o crescimento da cidade. As brancas começam a imitar as modas europeias, abandonando as longas mantilhas e as escravas de ganho – vendendo refrescos, flores, arruda, pão-de-ló, frutas, etc nas ruas – passam a poder constituir pequenos pecúlios que lhes permitem vestir-se e enfeitar-se a gosto.

Se as mulheres da realeza, nossas rainhas, eternizaram-se nos retratos que delas fizeram os pintores oficiais das cortes, nossas mulheres da realidade tiveram nas aquarelas de Jean Baptiste Debret o seu registro minucioso e inestimável. Os figurinos dessas mulheres, criados para a exposição, foram inspirados nas obras de Debret e de artistas como Rugendas e Carlos Julião.

O terceiro módulo da exposição, O passado no presente, exibe o Desfile Antropológico, composto de peças de estilistas mineiros contemporâneos nas quais estão presentes as matrizes e os matizes culturais cunhados há dois séculos e que atravessam o tempo e se transformam, consolidando-se como traços da identidade nacional.

Mulheres Reais - Modas e Modos no Rio de Dom João VI foi criada pela figurinista Emília Duncan e pela escritora Cláudia Fares, a partir de uma ideia da jornalista Kika Gama Lobo. Elas contaram com a consultoria do historiador de arte Júlio Bandeira; do historiador de moda João Braga e do antropólogo Raul Lody. O projeto museográfico é assinado por Lídia Kosovsky e Marcello Lipiani, e o projeto multimídia por Marcello Dantas.

:: Projeto educativo ::

Um dos principais objetivos da exposição é a realização de uma ação educativa direcionada aos alunos das redes públicas municipal e estadual de ensino. O projeto proporcionará aos estudantes o acesso ao espaço cultural e levará para dentro das salas de aula a discussão e a compreensão da complexidade carioca e brasileira em formação na chegada da corte portuguesa.

::Sobre as curadoras::

EMÍLIA DUNCAN é figurinista. Possui licenciatura em História (PUC–RJ), cursos em Fashion Design (FIT–NY). Atividades profissionais em televisão: figurinista das novelas “Caminho das Índias”, “Duas Caras” e das séries: “Brasil Especial”, “Comédia da Vida Privada”, “A Muralha”, “Anjo caiu do Céu”, “Desejos de Mulher”, “Um só Coração”, “JK”, “Amazônia”, entre outras). Em cinema: “Lisbela e o Prisioneiro” (direção: Guel Arraes), “Copacabana (direção: Carla Camuratti), “Bossa Nova” (direção: Bruno Barreto), “Orfeu da Conceição” (direção: Carlos Diegues), “O que é isso companheiro?” (direção:Bruno Barreto), “Carlota Joaquina” (direção: Carla Camuratti), entre outros. Em teatro: “O Burguês Ridículo”, de Guel Arraes e João Falcão, “A dona da História”, de João Falcão entre outras. Prêmios: Cidade de São Paulo de Cinema, Sharp, Mambembe (três), Coca-Cola de Teatro.

CLÁUDIA FARES é escritora e tradutora. Doutora em Antropologia Social e Sociologia Comparada (Paris V - Sorbonne). Atua desde 1984 na área cultural, tendo sido assessora da Coordenação de Museus do Estado do Rio de Janeiro, Diretora da Galeria de Arte da Casa de Cultura Laura Alvim, Diretora de Projetos da Casa França-Brasil (1999-2001) no Rio de Janeiro, onde coordenou a realização das exposições: “Fotografias de Pierre Verger”, “Retrospectiva Campana”, “Os Labirintos de Borges”, “Cerâmicas de Picasso”, “Esculturas de Brennand”, “Esculturas de Franz Weismman”, “Arpad Szenes” e “Vieira da Silva”. Foi curadora e produtora das exposições “Brasil Passado a Sujo”, de Sonia Lins (Centro Cultural Correios – Rio de Janeiro – abril-maio 2003) e “O Vestir em São Paulo pela lente de Um só Coração” (Universidade Anhembi-Morumbi – São Paulo – abril -maio 2004).


As mulheres no período joanino

Reclusas, cobertas por mantilhas, restritas aos afazeres domésticos – assim viviam as mulheres da Colônia. A partir de 1808, o que se verifica no relato de viajantes e nas descrições sobre o Rio de Janeiro do período é o início de um processo que alteraria para sempre a vida social das mulheres. A presença da Corte impõe um novo modelo de sofisticação e civilidade.

A Corte, com seus hábitos europeus, passaria a demandar novos espaços de sociabilidade, novos produtos, criando um mercado até então inexistente, sobretudo no que diz respeito às mulheres. A importação de artigos de luxo da Inglaterra e da França incrementa o comércio do Rio, permitindo à sua população conhecer o que era a moda, a elegância e as boas maneiras européias.

Após a chegada de D. João ao Rio de Janeiro, passam a trafegar pelas ruas da cidade carruagens de modelo europeu puxadas por cavalos, com assentos almofadados, paredes e coberturas decoradas e janelas à frente e atrás.

Exemplos dos costumes, civilidade e luxo da Corte européia poderiam ser observados na cidade do Rio de Janeiro a partir do Largo do Paço consagrado, no período joanino, como centro do poder e da vida cortesã, militar, mercantil e até mesmo popular da cidade.

Nas ruas barulhentas e já calçadas do Rio de Janeiro de D. João circulavam, lado a lado, mulheres brancas vestidas de sedas e tafetás e negras reunindo em seus trajes as cores mais variadas; membros do corpo diplomático e carregadores negros transportando suas mercadorias em varas ou cestos; religiosos de alta hierarquia e barbeiros, carros de bois e carregadores negros arrastando fardos nos mais exóticos transportes. A riqueza cultural verificada no Rio de D. João não excluía a coexistência e convivência de hábitos e gentes tão distintas.

A chegada da Corte garantiu a introdução de elementos da civilidade européia no cotidiano do Rio e Janeiro que, inseridos em um ambiente climático e culturalmente distinto, permitiram a formação de uma nova personalidade da Capital do Império Português.

Houve, ao fim e ao cabo, a “civilização” dos modos no Rio de Janeiro e a alteração definitiva da vida sócio-cultural da população da cidade, que passa a vestir-se e a pentear-se à européia, e a freqüentar o teatro, a participar de saraus, concertos e bailes.


A exposição

Módulo I – Mulheres da Realeza

O Teatro da Realeza

D. Maria I, Carlota Joaquina e Leopoldina pertencem a três universos culturais e existenciais diferentes. Em comum têm a experiência do poder e o exercício das funções da realeza. Suas modas e seus modos não refletem o que são, e sim o que representam. Eles são instrumentos narrativos das transformações da época em que viveram.

Recursos museográficos: 10 figurinos

Recurso multimídia: projeção de imagens dos universos particulares de cada rainha.

Ópera da Corte

Um vestido-ícone revelando cada rainha em sua singularidade: a Maria que não foi apenas piedosa e louca, a Carlota que está além da feiura e da intriga, e a Leopoldina que não se limitou ao papel de mulher-mártir.

Recurso multimídia: 3 trajes

Caixa de Memória (vitrine fechada e climatizada, com registo de controle)

Composta de trajes e acessórios contemporâneos às nossas rainhas vindos do acervo do Museu Nacional do Traje, Lisboa, Portugal.

Recursos museológicos: 6 trajes e 12 acessórios

Recurso multimídia: vídeo sobre as transformações da moda ao longo dos séculos XVIII e XIX

Módulo II – Mulheres da Realidade

Modos velados

A corte portuguesa encontra uma cidade urbanisticamente acanhada, constituída por um emaranhado de ruelas mal arejadas, enlameadas, sem iluminação, que guarda na arquitetura, no aspecto urbano e nos hábitos sociais fortes traços orientais.

A casa

Dentro de um ambiente revestido de muxarabis – treliças que revestiam as fachadas das casas –, um tableau vivant composto por duas atrizes, uma negra e uma branca, revela os costumes na privacidade doméstica, onde as mulheres brancas vestiam-se excessivamente à vontade com um camisolão sem forma e confortável. O modus vivendi oriental atravessava o reduto do lar onde vigorava um ambiente no qual as mulheres teciam, bordavam, catavam piolhos uma das outras, fazendo parte dos costumes a intimidade entre as senhoras e suas mucamas.

A Rua – vultos encobertos

Na rua, o à vontade doméstico das mulheres brancas era encoberto por uma pesada e escura mantilha, casulo ambulante sob o qual se deslocavam discretamente protegidas do olhar alheio.

Recursos museográficos: 7 figurinos

Modos Desvelados

Negras semidesnudas

Em seu percurso, a mulher branca, escondida sob sua mantilha, se depara com as escravas cativas, porém livres para circular nas ruas, exercendo seus ofícios. São lavadeiras, vendedoras e carregadoras vestidas com roupas ganhas, fora de proporção e mal costuradas, que escorregam pelo corpo ou são arregaçadas em função da liberdade de movimentos exigida pelo trabalho. O corpo, então, se desvela em modos que trazem à tona a ancestralidade africana: nela o vestir tinha a função de adornar ou proteger, nunca de esconder.

Recursos museográficos:

- 4 dorsos com figurinos reinterpretando a arte das amarrações de tecidos nos corpos negros.



Modas Reveladoras

O Rio de Janeiro Redescoberto

A chegada da Corte portuguesa e a simultânea Abertura dos Portos às Nações Amigas transformam para a cidade: as grades de treliça mourisca são proibidas por lei e a transparência entra na ordem do dia com a importação do vidro em suas mais variadas formas – vidraças, cristais, candelabros e lentes. Os colonos, que não tinham quase nenhuma vida social, passam a freqüentar as festas da corte e, para isso, copiam as modas européias, adquirindo novos hábitos como o de usar talheres e se sentar à mesa. Para isto, contam com a larga importação de produtos de luxo vindos da Inglaterra e, mais tarde, da França, cujo comércio instala-se na Rua Direita (atual

Rua 1º de Março), fazendo dela o ponto irradiador das novas modas e modos.

Recursos museográficos: plantas de 1808 e 1818 que revelam a evolução urbana da cidade.

Maquete da Rua Direita (atual R. 1º de março) com as boutiques de moda

Branca emergente

Emergindo do fundo espesso de suas mantilhas, as mulheres brancas encantam-se com as novas modas e modos que chegam com a Corte. A abertura dos portos despeja uma profusão de produtos de luxo na cidade. Copiar é a palavra de ordem para legitimar-se frente aos “civilizados”. O excesso passa a ser uma forma de expressão e visibilidade social. Nem sempre o resultado dá certo. Não são raros os viajantes estrangeiros a observar o exagero como traço marcante das mulheres da terra.

Recursos museográficos: 3 figurinos

5 miniaturas de brancas emergentes

Negras Bonecas

As brancas ricas copiam as modas que vêm de além-mar num esforço de se equiparar com as européias e, ao mesmo tempo, se diferenciar do mundo escravo. Mas, estranha contradição, fazem das mucamas suas réplicas, espelhos de seu status! Assim paramentadas, verdadeiras bonecas, as jovens negras submetem-se a essa elaboração visual que, contudo, não consegue extirpar os traços da africanidade vivamente presentes na altivez da tez escura, nos cabelos, nos dentes limados, nos corpos e rostos muitas vezes escarificados.

Recursos museográficos: 3 figurinos

Negras Multiculturais

Com a chegada da corte, cresce a população da cidade, o comércio expande-se e, no movimento das ruas, observa-se a presença marcante das escravas de ganho ou alforriadas. Elas colorem as ruas, criando um vestir arquetípico brasileiro: saias de tecidos grosseiros tingidos, parecidas com as de algodão inglês estampado alegre; peças de roupas herdadas; os xales, última moda européia, novos ou herdados, tornam-se objetos de desejo; e os panos da costa – bens valiosos tecidos na África – somam-se a outros panos que se amarram nos quadris (rojões), conferindo ao uso dos tecidos mil e uma utilidades. Para completar, os adereços: privadas do direito de propriedade, suas jóias de ouro e prata significam poupança. Amuletos pendem de suas cinturas: figas sincretizam a tradição européia (a figa é romana) a cultos fálicos africanos; moedas para atrair dinheiro; dentes protegem contra inimigos; e miniaturas de produtos vendidos prenunciam a prosperidade.

Recursos museográficos: 8 figurinos

Negras Jóias

Jóias africanas do acervo do Museu Carlos Costa Pinto (Salvador – Bahia)

Módulo III – O passado no presente: 1808 em 2008


Re-Debret

Produção fotográfica em projeção multimídia com mulheres do Brasil de hoje trajando os figurinos da exposição inspirados nas aquarelas de Jean-Baptiste Debret .


Desfile Antropológico

O visitante desfila em uma passarela central ladeada com criações de estilistas mineiros contemporâneos que refletem as matrizes e os matizes da moda de 1808 até hoje presente em nossas modas e modos de ser e de estar.

Recursos museográficos: 09 looks

EXPOSIÇÃO Mulheres Reais Modas e Modos

no Rio de JANEIRO Dom João VI

GALERIA ALBERTO DA VEIGA GUIGNARD

do PALÁCIO das artes. Av Afonso Pena, 1537 - Centro

TELEFONE: (31) 3237-7399

ENTRADA FRANCA

VISITAÇÃO 09 DE OUTUBRO A 23 DE NOVEMBRO

Obrigado pela atenção. Para informações adicionais e agendamento de entrevistas, favor entrar em contato com Noir Comunicação Total: (31) 3297-1013 / 3297-1014 / 9612-7229 ou através dos e-mails: noir@noir.com.br e noir@seven.com.br. Acesse o site: www.noir.com.br

Ângela Azevedo Ana Paula Valois Ludmila Azevedo

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Rafael Oliveira

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