Nomes entre os mais celebrados da arte contemporânea brasileira como Marilá Dardot (MG), Fábio Tremonte (SP), Nina Moraes (SP) e Rosângela Rennó (MG) apresentam trabalhos que partem de uma proposta comum e podem resultar em vertentes distintas
A curadora Luisa Duarte reúne, na Galeria Carminha Macedo, 13 artistas em torno da experiência do tempo na contemporaneidade. São trabalhos que modificam tal experiência, solicitando outras relações tanto por parte do público ao se relacionar com a obra, como por parte do próprio artista ao realizá-la. Turistas, Volver propõe uma pausa no ritmo acelerado, de consumo excessivo e disperso, traduzindo momentos de interrupção, mesmo que provisória, no modo turista de estar no mundo, abrindo caminho para uma outra experiência do tempo.
A coletiva será aberta no dia 31 de maio, sábado, das 11h às 15h, com obras de Cinthia Marcelle (foto), Fábio Morais (colagens), Fábio Tremonte (vídeo), Lia Chaia (fotos), Sylvia Amélia (mapas em acrílico), Márcia Xavier (escultura com foto), Nina Moraes (colagens), Marilá Dardot (objeto), Matheus Rocha Pitta (foto e vídeo), Patrícia Leite (pinturas), Raquel Garbelotti (foto e vídeo), Rosângela Rennó (vídeo) e Pedro Motta (foto). Turistas, Volver poderá ser visitada até o dia 28 de junho.
Turistas, Volver
A seguir, apontamentos de Luisa Duarte que indicam a coerência entre a obra do artista e o tema proposto para a exposição em cartaz na Galeria Carminha Macedo.
Cinthia Marcelle – Minas Gerais
Muitas das performances da artista lidam com a questão da simultaneidade. Propondo a existência de um tempo paralelo ou ainda aquele da repetição, que não necessariamente caminha sempre para frente.
Fabio Morais – São Paulo
Há uma forte presença da escrita em sua obra. Os trabalhos da série “Diário Íntimo” são um exemplo de uma preocupação com o tempo de ordem inversa ao que vemos atualmente. O artista realiza um diário que começa antes do seu nascimento, caminhando dia a dia, até a data em que ele começa, de fato, a viver. Uma volta para o passado; o tempo – lento - da escrita. Trabalho de visualidade intimista, que pede do espectador um tempo mais demorado de apreensão.
Fabio Tremonte – São Paulo
Diversos dos seus trabalhos lidam com questões do tempo, da cidade, propondo uma outra experiência em meio a aceleração urbana.
Lia Chaia- São Paulo
A artista possui inúmeros trabalhos em foto que lidam com a passagem do tempo. Contrapondo um tempo da natureza e um tempo urbano, da cidade. Há ainda trabalhos em vídeo que lidam com a questão da duração, exigindo um prolongamento da atenção do espectador.
Márcia Xavier- mineira radicada em São Paulo
Suas intervenções mais recentes, em que a água produz uma mudança na percepção, exigem do espectador um outro tempo: as coisas passam a não se dar mais tão facilmente ao olhar. As distorções provocadas pela artista promovem uma visibilidade menos explícita e mais velada do mundo.
Marilá Dardot – mineira radicada em São Paulo
A desaceleração do tempo é uma questão crucial na obra da artista, manifestando-se em inúmeros trabalhos.
Matheus Rocha Pitta – mineiro radicado no Rio de Janeiro
Suas fotografias e instalações lidam com a estranheza de um tempo imóvel. Entre a falta e o excesso, olhando para aquilo que já não possui funcionalidade, Matheus reflete sobre tempos sem direção, como o nosso.
Nina Moraes – São Paulo
Seus trabalhos derivam de um longo processo de acúmulo de materiais prosaicos do cotidiano, principalmente recortes de papel. Suas obras são reflexos de uma angústia diante de um mundo onde se tem acesso a tanto e se aproveita tão pouco.
Patrícia Leite – Minas Gerais
O tempo da pintura, linguagem a qual a artista se dedica, já é, por si só, um tempo desacelerado. Tanto para quem faz, quanto para quem apreende. Mas existem pinturas que se valem da velocidade do mundo externo, que traduzem excesso e rapidez. A ambigüidade entre figurativo e abstrato demanda mais uma camada de atenção de quem contempla.
Pedro Motta – Minas Gerais
Apresenta uma obra de 2007. A imagem selecionada traz a vista do mar para Ilha Grande, no Rio de Janeiro, onde existiu uma base militar, hoje desativada. O artista revela a mira dessa base como algo que desperta simplesmente um interesse visual, como se fosse um simples objeto.
Raquel Garbelotti – São Paulo
Pensa-se aqui no trabalho “Boa Vista”, no qual a artista recupera em fotografias e vídeo imagens de estações de trem abandonadas. Estes marcavam o percurso que ligava as cidades do Rio e de São Paulo. Hoje essas estações são símbolos de um outro tempo, que ficou para trás, em favor de um tempo rápido, descartável, impessoal, dos ônibus e dos aviões.
Sylvia Amélia – Minas Gerais
Irá trabalhar dentro e fora da galeria. Utilizará o vidro da fachada como suporte, aproveitando seu caráter de espaço público. Para esta obra intitulada “Lembrete”, partiu de listas de organizações que fazemos todos os dias. No interior, a artista apresentará colagens sob cortiça.
Rosângela Rennó – mineira radicada no Rio de Janeiro
A artista lida todo tempo com a fotografia, mas não fotografa. Há neste gesto inicial uma atitude que caminha na contramão de um mundo marcado pelo excesso de imagens.
Sobre a curadora Luisa Duarte
Nasceu no Rio de Janeiro em 1979. Crítica de arte e curadora independente. Vive e trabalha em São Paulo. É mestranda em filosofia pela PUC-SP. Membro do grupo de críticos do Centro Cultural São Paulo. Fez parte da comissão curatorial do Programa Rumos Artes Visuais, Instituto Itaú Cultural, edição 2005/2006. Professora da graduação em artes plásticas da Faculdade Santa Marcelina. Curadora da plataforma "A Bienal de São Paulo e o Meio Artístico Brasileiro – Memória e Projeção", da 28° Bienal de São Paulo, "Em Vivo Contato", 2008.
Cinthia Marcelle – Minas Gerais
Muitas das performances da artista lidam com a questão da simultaneidade. Propondo a existência de um tempo paralelo ou ainda aquele da repetição, que não necessariamente caminha sempre para frente.
Fabio Morais – São Paulo
Há uma forte presença da escrita em sua obra. Os trabalhos da série “Diário Íntimo” são um exemplo de uma preocupação com o tempo de ordem inversa ao que vemos atualmente. O artista realiza um diário que começa antes do seu nascimento, caminhando dia a dia, até a data em que ele começa, de fato, a viver. Uma volta para o passado; o tempo – lento - da escrita. Trabalho de visualidade intimista, que pede do espectador um tempo mais demorado de apreensão.
Fabio Tremonte – São Paulo
Diversos dos seus trabalhos lidam com questões do tempo, da cidade, propondo uma outra experiência em meio a aceleração urbana.
Lia Chaia- São Paulo
A artista possui inúmeros trabalhos em foto que lidam com a passagem do tempo. Contrapondo um tempo da natureza e um tempo urbano, da cidade. Há ainda trabalhos em vídeo que lidam com a questão da duração, exigindo um prolongamento da atenção do espectador.
Márcia Xavier- mineira radicada em São Paulo
Suas intervenções mais recentes, em que a água produz uma mudança na percepção, exigem do espectador um outro tempo: as coisas passam a não se dar mais tão facilmente ao olhar. As distorções provocadas pela artista promovem uma visibilidade menos explícita e mais velada do mundo.
Marilá Dardot – mineira radicada em São Paulo
A desaceleração do tempo é uma questão crucial na obra da artista, manifestando-se em inúmeros trabalhos.
Matheus Rocha Pitta – mineiro radicado no Rio de Janeiro
Suas fotografias e instalações lidam com a estranheza de um tempo imóvel. Entre a falta e o excesso, olhando para aquilo que já não possui funcionalidade, Matheus reflete sobre tempos sem direção, como o nosso.
Nina Moraes – São Paulo
Seus trabalhos derivam de um longo processo de acúmulo de materiais prosaicos do cotidiano, principalmente recortes de papel. Suas obras são reflexos de uma angústia diante de um mundo onde se tem acesso a tanto e se aproveita tão pouco.
Patrícia Leite – Minas Gerais
O tempo da pintura, linguagem a qual a artista se dedica, já é, por si só, um tempo desacelerado. Tanto para quem faz, quanto para quem apreende. Mas existem pinturas que se valem da velocidade do mundo externo, que traduzem excesso e rapidez. A ambigüidade entre figurativo e abstrato demanda mais uma camada de atenção de quem contempla.
Pedro Motta – Minas Gerais
Apresenta uma obra de 2007. A imagem selecionada traz a vista do mar para Ilha Grande, no Rio de Janeiro, onde existiu uma base militar, hoje desativada. O artista revela a mira dessa base como algo que desperta simplesmente um interesse visual, como se fosse um simples objeto.
Raquel Garbelotti – São Paulo
Pensa-se aqui no trabalho “Boa Vista”, no qual a artista recupera em fotografias e vídeo imagens de estações de trem abandonadas. Estes marcavam o percurso que ligava as cidades do Rio e de São Paulo. Hoje essas estações são símbolos de um outro tempo, que ficou para trás, em favor de um tempo rápido, descartável, impessoal, dos ônibus e dos aviões.
Sylvia Amélia – Minas Gerais
Irá trabalhar dentro e fora da galeria. Utilizará o vidro da fachada como suporte, aproveitando seu caráter de espaço público. Para esta obra intitulada “Lembrete”, partiu de listas de organizações que fazemos todos os dias. No interior, a artista apresentará colagens sob cortiça.
Rosângela Rennó – mineira radicada no Rio de Janeiro
A artista lida todo tempo com a fotografia, mas não fotografa. Há neste gesto inicial uma atitude que caminha na contramão de um mundo marcado pelo excesso de imagens.
Sobre a curadora Luisa Duarte
Nasceu no Rio de Janeiro em 1979. Crítica de arte e curadora independente. Vive e trabalha em São Paulo. É mestranda em filosofia pela PUC-SP. Membro do grupo de críticos do Centro Cultural São Paulo. Fez parte da comissão curatorial do Programa Rumos Artes Visuais, Instituto Itaú Cultural, edição 2005/2006. Professora da graduação em artes plásticas da Faculdade Santa Marcelina. Curadora da plataforma "A Bienal de São Paulo e o Meio Artístico Brasileiro – Memória e Projeção", da 28° Bienal de São Paulo, "Em Vivo Contato", 2008.
EXPOSIÇÃO TURISTAS, VOLVER. ABERTURA SÁBADO, DIA 31 DE MAIO, DAS 11H ÀS 15H
GALERIA CARMINHA MACEDO
RUA BERNARDO GUIMARÃES, 1.200 – FUNCIONÁRIOS – BELO HORIZONTE
TELEFONE: (31)3226.3712. DE SEGUNDA A SEXTA-FEIRA: DAS 10H ÀS 19H E AOS SÁBADOS: DAS 10H ÀS 14H
ATÉ 28 DE JUNHO
GALERIA CARMINHA MACEDO
RUA BERNARDO GUIMARÃES, 1.200 – FUNCIONÁRIOS – BELO HORIZONTE
TELEFONE: (31)3226.3712. DE SEGUNDA A SEXTA-FEIRA: DAS 10H ÀS 19H E AOS SÁBADOS: DAS 10H ÀS 14H
ATÉ 28 DE JUNHO